“Deus é o que opera em vós tanto o querer como o realizar,
Segundo a sua vontade” (Fp 2, 13)
Nós, assessoria do CS MotiveAção, viemos tornar público que Pe. Chrystian Shankar no próximo ano (2019) não estará presente nos eventos da Comunidade Canção Nova.
O motivo alegado é que a CN não adota o Coaching como um processo de autoconhecimento e desenvolvimento humano. Numa reunião em São José dos Campos (SP), no dia 04/10/18, alguns membros do Conselho da CN pediram ao Pe. Chrystian um tempo de afastamento para resolverem problemas internos em relação ao Coaching. Acompanhando o padre, também participou dessa reunião a sra. Inez de Fatima Costa, assessora do CS MotiveAção (agendamento de palestras de Coaching Group).
“Não há problema algum em relação à sua pessoa ou ao seu trabalho de evangelização. A questão é interna em relação ao Coaching. Como a CN não adota o Coaching como processo de autoconhecimento, temos sido cobrados internamente a respeito do sr. estar conosco e também exercer essa metodologia que não é praticada por nós. Por isso resolvemos dar um tempo em nossa parceria de evangelização até que os problemas internos sejam resolvidos” – afirmou um dos membros do conselho na reunião com o padre.
Como já é do conhecimento de todos, Pe. Chrystian Shankar é Master Coah e Trainer, e tem participado de reuniões, congressos e workshops ministrando palestras de Coaching Espiritual e Treinamentos de Coaching Group Professional por todo o Brasil. Sempre contou com o apoio e aprovação de seu Bispo Diocesano, D. José Carlos Souza Campos, sempre mantendo com este uma relação de confiança, transparência e abediência.
Respeitamos a decisão interna da CN, mas uma coisa é fato: não existe incompatibilidade entre a Fé Cristã e o processo de Coaching Espiritual ministrado pelo padre.
Para aprofundamento do tema, assista o vídeo que o Pe. Chrystian Shankar explica o que é Coaching e sua relação com a Espiritualidade:
O que o Pe. Chrystian Shankar entende por Coaching Espiritual?
Ele mesmo responde:
Coaching é um mix de recursos que utiliza técnicas, ferramentas e conhecimentos de diversas ciências como a administração, gestão de pessoas, psicologia, neurociência, linguagem ericksoniana, recursos humanos, planejamento estratégico, entre outras visando à conquista de grandes e efetivos resultados em qualquer contexto, seja pessoal, profissional, social, familiar, espiritual ou financeiro. Trata-se de um processo que produz mudanças positivas e duradouras em um curto espaço de tempo de forma efetiva e acelerada. Coaching significa tirar um indivíduo de seu estado atual e levá-lo ao estado desejado de forma rápida e satisfatória. O processo de Coaching é uma oportunidade de visualização clara dos pontos individuais, de aumento da autoconfiança, de quebrar barreiras de limitação, para que as pessoas possam conhecer e atingir seu potencial máximo e alcançar suas metas de forma objetiva e, principalmente, assertiva.
Lembremo-nos do que bem disse S. João Paulo II na Encíclica Fides et Ratio: “A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio.”
É verdade que há uma vertente do trabalho com Coaching que prima pelo seu aspecto técnico; supervaloriza suas ferramentas e o distanciamento entre quem conduz e quem é conduzido no processo de Coaching. Respeito quem opta por essa forma de trabalhar. É uma forma válida e com certeza alcança alguns resultados, mas definitivamente não é a forma de Coaching que adoto no CS MotiveAção.
Dizer que há uma dimensão espiritual no Coaching é afirmar que há algo muito maior que nos liga uns aos outros e todos ao Universo. Eu sou cristão e acredito que Deus é a origem e o fim de todas as coisas.
Quando estamos trabalhando com aquilo que chamo de desenvolvimento humano não podemos simplesmente virar as costas para o fato de que as pessoas, ou pelo menos a grande maioria delas, tem fé e acreditam em Deus.
Não importa se o que a outra pessoa quer é melhor de vida, ser promovido na empresa, superar um trauma ou ser um pai e marido melhor. A demanda que alguém traz para ser trabalhada no Coaching Cristão não importa. O que importa é a pessoa que veio até você. Se as pessoas não forem mais importantes que suas demandas, não há Coaching de Vida.
Há sim uma dimensão transcendental no Coaching que fazemos e ensinamos. Há uma espiritualidade que vai além da religiosidade.
Mais do que isso: a dimensão espiritual nos permite curar os outros e também a si mesmo. E quando falo em curas não estou falando de milagres bíblicos, estou falando de um processo de ressignificação tão profundo que qualquer pessoa que passe por ele é capaz de enxergar sua vida de forma totalmente nova, apagando definitivamente as negações, as limitações, os medos, as inconformidades, as incertezas, as culpas, os traumas.
Se isso não for parte de uma sobrenaturalidade que adicionamos ao Coaching, realmente não sei como outra pessoa explicaria isso. Não sei realmente como se pode usar todas as ferramentas científicas para coisas simples, como identificar seu perfil profissional, para chegarmos ao ponto de promover curas profundas. Isso para mim só pode ser chamado de espiritualidade.
Um indivíduo espiritualizado e amparado em sua fé tem uma consciência bastante maior de si mesmo, do mundo, dos seus pontos fortes e limitações, e das experiências que preenchem a história de vida de cada ser humano. Esse indivíduo busca exercitar, dia após dia, suas crenças e seus valores morais e éticos, tornando-os presentes em cada pensamento, comportamento e ação, assim como, aplicá-los na efetivação de relacionamentos positivos.
COACHING CRISTÃO
“Sem mim nada podeis fazer”: este “nada” de que fala Jesus no Evangelho de João (15,1-8) é radical e definitivo. Ninguém pode realizar qualquer ato de virtude sem o auxílio da graça divina. A única coisa que conseguimos fazer sem a ajuda de Deus é o pecado.
“Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor.
Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta;
e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda.
Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei.
Permanecei em mim e eu permanecerei em vós.
Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo,
se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto,
se não permanecerdes em mim.
Eu sou a videira e vós os ramos.
Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto;
porque sem mim nada podeis fazer.
Quem não permanecer em mim,
será lançado fora como um ramo e secará.
Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados.
Se permanecerdes em mim
e minhas palavras permanecerem em vós,
pedi o que quiserdes e vos será dado.
Nisto meu Pai é glorificado:
que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.”
Ninguém deve ser achar um “super-homem” ou “mulher maravilha” apenas por fazer um processo de Coaching. Muito pelo contrário, quanto mais nos conhecemos e autoconhecemos, mais temos noção da necessidade da Graça de Deus em nossa vida. Quando Jesus diz “sem mim nada podeis fazer”, está advertindo a cada um de nós a respeito da necessidade de enxergar a radical dependência do ser humano com relação à graça de Deus.
Santo Agostinho nos ensina que “ninguém pode realizar qualquer ato de virtude sem o auxílio da graça divina”. O “nada” de que fala Jesus no Evangelho é o nada mais radical que existe. A única coisa que conseguimos fazer sem a ajuda de Deus é o pecado, motivo pelo qual São Paulo recordava aos filipenses: “Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar” (2, 13).
Infelizmente, muitas pessoas que não entenderam ou foram mal direcionadas a respeito do real significado do processo de Coaching, acabam guiando suas vidas e projetos apenas com o auxílio de ferramentas, convertendo a vida de oração em algo supérfluo e extremamente raro. Isso acontece frequentemente com pessoas que já não possuíam uma vivência de fé e uma prática religiosa. Não dizem (e não gostam que digam) mas acabaram transformando o Coaching em Religião: “é Deus no céu e Coaching na terra”! No fim das contas, elas acabam decepcionadas, porque não conseguem pôr em prática as suas “ideias geniais”, e abandonam seus objetivos. Muitas acreditavam piamente que bastava ter “pensamentos positivos” e o problema estava resolvido. Doce ilusão! Sabemos que uma atitude positiva e otimista faz um bem danado, mas ninguém consegue mudar de vida só com pensamento positivo.
Um verdadeiro e profundo processo de Coaching nunca tem por objetivo ou consequência declarar a independência do ser humano em relação a Deus. Muito pelo contrário, quanto mais me conheço, tanto mais de Deus descubro em mim e quanto mais me pertenço, tanto mais de Deus eu sou. Isso é maravilhoso! (E quem diz o contrário das duas uma: ou está agindo de má fé ou não sabe o que diz!)
Hoje fala-se muito, e até com certo exagero, do empoderamento do ser humano. Há quem ensine que o segredo do “poder interior” (bem-estar) consiste em dizer várias vezes por dia: “eu quero, eu posso, eu consigo”! Eu, eu, e eu… Está na cara que esta autossuficiência não leva ninguém a lugar nenhum. A fé me faz acreditar que “tudo posso Naquele que me fortalece” (Filipenses 4, 13), ou seja, o Senhor nos dará poder para fazer qualquer coisa que Ele queira que façamos. Dentro do círculo da Sua vontade não há impossibilidades.
Saiba mais sobre o tema!
Deus abençoe sempre!